RICARDO PATUSCO A ARTE DE BEM PEGAR TOIROS


Tivesse eu algum poder legislativo, (pobre de mim nem em casa mando), emitia um decreto lei que proibisse, forcados como Vasco Pinto que recentemente se despediu em Alcochete e Ricardo Patusco que tudo indica o fará no próximo domingo (dia de aniversário) na sua Palha Blanco, de abandonarem a ARTE DE BEM PEGAR TOIROS.
Sempre defendi que pegar toiros é uma arte, arte essa que tem nos referidos, expoentes máximos. As suas obras descritas  com pinceladas de arte, dor, sangue e lágrimas nas arenas, são verdadeiros compêndios que
assinados por Picasso, Goya, Verdi, Miguel Ângelo ou Hemingway seriam imortais.
RICARDO PATUSCO nascido e criado em Vila Franca de Xira, recanto de grandes forcados, irmão de José Patusco, também ele, um excelente forcado  cedo se envolveu no mundo da forcadagem. Em 1997 estreia - se nos juvenis de Vila Franca, pegando uma vaca na Palha Blanco, 1998 é ano para a primeiro novilho, segue - se um promissor percurso nos juvenis, após o qual, tem o seu batismo, aos 15 anos pelo grupo  sénior em Setembro de 2000 na capital  do Sorrraia,  numa corrida real perante um toiro de David Ribeiro Telles que o obrigou a realizar cinco tentativas e a perceber de imediato que ser forcado nos Amadores de Vila Franca de Xira era caminho recheado de obstáculos. Como referências iniciais, para além de seu irmão, tem entre outros Jorge Faria, Pedro Reinhardt e Vasco Dotti forcadões que lhe "indicaram" o caminho a seguir.
FORCADO DAS BOMBAS
Ao longo da sua brilhante carreira pegou 120 toiros, por duas vezes "perdeu a batalha" sendo dobrado por colegas. A sua disponibilidade o espírito ganhador com que salta à arena, a sua capacidade de sofrimento sobretudo o SABER pegar toiros, fazem dele o "escolhido quando sai a "encomenda" e quando tal acontece
(quase sempre) sussurra-se na bancada:  - Este é para o Patusco.
Durante a sua carreira,  muitas foram as colhidas graves que à  excepção de uma todas foram em final de temporada, razão essa  que explica a constante presença fardado nas corridas em que o seu grupo participa. Após as lesões, sobretudo a fractura do externo, sentiu o habitual "secar de boca" secura essa rapidamente banida pela sua enorme aficion, classe e valentia e hoje o Ricardo desfruta como nunca do inexplicável prazer  de bem pegar toiros.
Ricardo. . . a decisão a ti pertence. . . que Deus te acompanhe.
Um abraço
José Luís Figueiredo