Vitor Ribeiro e um “Murube” de João Gaspar destacam-se no concurso dos Açores
O cavaleiro de Almada, Vítor Ribeiro, voltou a dar duas lições de lide a cavalo.
“Guapo”, de João Gaspar, levou o prémio de bravura e o toiro de Murteira foi destinado ao de melhor apresentação.
Como sucedido na primeira corrida da feira, o português Vítor Ribeiro voltou a dar duas lições de lide a cavalo, mas desta vez com o mérito adicional de o fazer com os dois únicos toiros que mostraram complicações numa corrida concurso de ganadarias onde o resto dos hastados deram muito bom jogo.
Em primeiro lugar Ribeiro enfrentou-se a um quatrenho da lendária divisa espanhola de Partido de Resina, um toiro alto que desde a sua saída cruzou-se, ganhando os terrenos aos cavalos e investiu sempre com a cabeça muito alta. Mas o experiente ginete sempre ganhou-lhe a acção nos embroques e templou os arreões sobre o alazão “Nicotina” para lograr o luzimento.
Mais brilhante, foi a sua faena ao quarto, um toiro terciado de José Albino Fernandes – de origen Salvador Domecq - que deu sinais de manso desde o principio e que depois dos primeiros “ferros” começou a comportar-se com aspereza.
Ribeiro encelou o primeiro na montada para depois ir templando numa lide valente e de organização inteligente. Ao final, montando o castanho “Moita”, permitiu atemperar a violência do toiro em arriscados galopes de costado que acabaram por submete-lo. Esta forma magistral de lidar a cavalo foi premiada no final pelo jurado.
O resto dos hastados elegidos para a corrida concurso deram muito bom jogo, em maior ou menor grau. O ginete açoriano Rui Lopes enfrentou um sério e manejável toiro de Murteira Grave, ao que lhe faltou algo de transmissão, e a um precioso exemplar de Varela Crujo – também de linha Domecq – com muita classe. Lopes esteve sóbrio e discreto em ambos.
Repetiu na Terceira o Colombiano Jacobo Botero, que veste e monta à andaluza, desta vez ante um “jandilla” nobre e pronto de Rego Botelho e um “murubenho” de João Gaspar que acabou por ganhar o troféu do mais completo da corrida. O jovem ginete da Colômbia voltou a mostrar-se desacertado a cravar as bandarilhas e, mesmo centrando-se algo mais com o sexto, toureou muito pouco a cavalo, limitando-se a passar e cravar com forma desigual.
Enquanto à actuação dos forcados, houve pegas muito luzidas de Amorinho Lopes e João Peseiro, pelos amadores de Coruche, de José Vicente (que levou o premio em disputa) e Tomás Ortins, pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, e de Manuel Pires e Luís Valadão o único ao segundo intento, pelo grupo de Ramo Grande.
FICHA DO FESTEJO:
Praça de toiros de Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores). Terça-feira, 24 de Junho. Segunda da feira Sanjoaninas. Corrida à Portuguesa concurso de ganadarias.
Ganaderias -
Toiros, lidados por ordem de antiguidade, de Partido de Resina, alto e complicado; Murteira Grave, sério e manejável; Rego Botelho, profundo e com nobreza; José Albino Fernandes terciado e áspero; Varela Crujo, harmónico e com muita classe; e João Gaspar, cinquenho, volumoso e encastado.
Cavaleiros - Vítor Ribeiro (casaca sangue de toiro e ouro): volta à arena em ambos.
Rui Lopes (casaca carmim e ouro):volta e volta.
Jacobo Botero (Jaqueta cinza): ovação e volta à arena.
Actuaram os forcados dos grupos amadores de Coruche, Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Ramo Grande.
A praça quase cheia em dia do trigésimo aniversário da sua inauguração.
Os prémios estabelecidos para a corrida, repartiram-se da seguinte forma:
Melhor lide a cavalo: Vítor Ribeiro, pela lide executada ao quarto toiro.
Toiro mais completo: “Guapo”, de João Gaspar.
Toiro melhor apresentação: “Atencioso”, de Murteira Grave.
Melhor pega dos forcados: José Vicente, da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, realizada ao toiro de Murteira Grave.