CRÓNICA DA ÚLTIMA CORRIDA DA TEMPORADA EM ÉVORA

A arena de Évora foi palco para o encerramento da temporada de 2014.
Por ela desfilaram os cavaleiros Rui Salvador, Luis Rouxinol, Francisco Núncio, Vitor Ribeiro, Tomás Pinto, Mateus Prieto e Rouxinol Jr, acompanhados das respectivas quadrilhas. Forcados Amadores de Évora e Aposento da Moita e ainda os campinos João Carvalho, Osvaldo Pinto e Mário Gordo a estrela da companhia que recolheram a cavalo, e bem, os sete imponentes toiros de Fernandes Castro.
A corrida iniciou-se ao som da Banda Imparcial 15 de Janeiro de Alcochete que sem pretender menosprezar as demais é  a melhor de Portugal, a sua sonância e harmonizidade são de outra Galáxia.
TRIUNFO GANADERO
António Luis Castro enviou para Évora sete imponentes toiros que à excepção do primeiro saiu à arena um pouco apalpado retirando-lhe algum impede nas investidas, todos os outros proporcionaram aos cavaleiros excelentes condições de lide que uns aproveitaram de sobremaneira e outros passaram ao lado.
CAVALEIROS
Todos os intervenientes deram certamente o melhor de si, mas nem todos por diversos motivos atingiram o brilhantismo pretendido.
LUIS ROUXINOL
O cavaleiro de Portugal, Pegões é demasiado limitado para absorver tamanha imensidade toureira.
Ao tentar comentar a actuação de Luis, sinto enorme dificuldade em escolher adjectivos para a definir. Ela foi magistral, assombrosa, prodigiosa, eu sei lá, foi um recital, um culto à arte marialva. Se as sortes foram executadas primorosamente que dizer da brega, com o toiro embevido no capote, perdão, na montada a escassos centímetros, quiçá mesmo milímetros sem tocar na dita é algo que a minha escassa cultura taurina não permite definir, mas penso que a palavra MAGIA não fica fora de contexto.
TOMÁS PINTO
Que toureirazo está transformado este jovem. O seu requintado toureio, a perfeição com que executa as sortes, a harmonia dos recortes mas sobretudo a constante evolução que revela de corrida em corrida serão certamente poderosos argumentos nesta cavalgada rumo ao pódio.
ROUXINOL JR
Ao receber o toiro em sorte de gaiola Luis André disse aos presentes a razão da sua inclusão no cartel.
Porém no decorrer da lide que estava a ser empolgante, o jovem cavaleiro sofreu uma violenta colhida, felizmente sem gravidade. Sem querer ser mauzinho penso que estes percalços desde que não deixem mazelas, são bem vindos, fazem parte da aprendizagem e o jovem toureiro irá certamente tirar as devidas ilações.
Após a colhida Luis André encastou-se e ministrou uma lide raçuda salpicada de arte que resultou num enlace perfeito com desfecho triunfal.
AMADORES DE ÉVORA
Tarde triunfal dos Amadores de Évora com excelentes prestações dos caras e ajudas, mas o destaque foi para Gonçalo Rovisco com um pegão que fica gravado na mente de todos os que tiveram o privilégio de assistir.
APOSENTO DA MOITA
Três pegas aceitáveis onde foi notória a falta de rotina nas ajudas, facto a que não será alheio o reduzido número de corridas em que participou.

José Luis Figueiredo