ANTÓNIO BRITO PAES - CAVALEIRO DE DINASTIA

António Maria Brito Paes é o terceiro cavaleiro de uma dinastia e que ano a ano vem cimentando uma carreira que pode ter neste ano de 2013, o almejado salto qualitativo que o faça chegar aos lugares de postim nesta difícil profissão. As suas actuações no Livramento deram a entender que o cavaleiro está moralizado e o troféu justamente ganho, será o impulso para uma época de êxitos. Para falar destas actuações e muito mais deslocámo-nos à sua casa, em Paio Correia, onde fomos recebidos com a elegância habitual nesta família.








PS – Triunfo saboroso no Livramento. O que representa este troféu para si?
ABP – É sempre bom ver o nosso trabalho reconhecido e é uma motivação imensa para trabalharmos todos os dias.
PS – É este Brito Paes que vamos ver esta temporada? A arrecadar troféus?
ABP – Eu gostava muito. Temos trabalhado muito, a quadra está bastante boa, estou com a cabeça limpa, moralizado, mas precisamos também da estrelinha da sorte dentro da praça, que nos saia um toiro bom, no sítio certo, para que haja um êxito sonante que marque a minha carreira.
PS – Ainda se lembra do dia em que se estreou como cavaleiro amador?
ABP – Sim, lembro-me muito bem. Como se fosse hoje. Foi em 14 de Agosto de 1994, em Monforte.
PS – Quanto tempo levou até tornar-se cavaleiro de alternativa?
ABP – 11 anos. Tornei-me cavaleiro de alternativa em 2005.
PS – Para quem, como o António, que levou 11 anos até se tornar cavaleiro de alternativa, como se vê o surgimento de cavaleiros que tomam a alternativa em tempo record, às vezes sem a maturidade e experiência necessárias?
ABP – Esta “pressa” talvez se justifique com o facto de muitos cavaleiros praticantes quererem muito realizar o seu sonho de serem cavaleiros profissionais, pensando que vão tourear mais, o que é um erro, pois às vezes acontece precisamente o contrário, e, para além disso, o estatuto de cavaleiro profissional traz outro tipo de responsabilidades, uma quadra praticamente a dobrar, no meio de figuras, e a constante necessidade de nos justificarmos. Nesta profissão, tal como em todas as outras, temos de tentar aprender todos os dias, com o maior número de pessoas possível e levar as coisas devagar, com calma para que possamos atingir a solidez necessária.
PS – O António é a 3ª geração de uma dinastia de cavaleiros. Essa tradição pesa muito?
ABP – Por um lado pesa, por outro não. Pesa porque realmente é uma responsabilidade grande; Penso que temos vindo sempre a evoluir um bocadinho; Eu relativamente ao meu Pai, e este também já havia evoluído em relação ao meu Avô. Eu, além disso, toureio de forma mais profissional, i.e., o meu Pai na altura, com a idade que eu tenho agora, dedicava-se aos cavalos e toureava em part-time; Eu sou praticamente profissional, não digo do toureio, porque hoje em dia é muito complicado viver só do toureio, mas sobretudo profissional dos cavalos. É um nome a defender, a honrar, mas por outro lado, é um nome que também me ajuda muito, porque é um nome conceituado no meio taurino.
PS – É opinião comum que o António está muito bem montado. É verdade?
ABP – Temos, de facto, uma quadra muito boa, muito completa, com 9 cavalos de saída e três cavalos que gostava muito de estrear este ano: o Baco um luso-árabe com ferro Brito Paes, o Duende, com ferro Ascenção Vaz e o Feitiço, com ferro Vinhas.
Desta quadra, destaco também o Aveiro, com ferro Criador de Cavalos de Aveiro, um cavalo de saída que vai na sua 3ª temporada, que eu tenho levado devagar e que este ano penso ter atingido um nível bastante bom, e dois cavalos com ferro Vinhas, já do ano passado, o Triunfo e o Nordeste. Depois há cavalos novos, como o Caramelo, com ferro Romão Tavares, que já tem 12 toiros toureados e com um grande progresso. De referir também o Morante, com ferro José Gouveia e o Actor, um russo rodado com ferro Caniceira.
PS- Quantas corridas tem agendadas para esta temporada?
ABP – Dia 20 toureio no Campo Pequeno, corrida que pode mudar a minha temporada, pois se houver um êxito, que é o que procuramos, surgirão mais oportunidades noutras corridas importantes. Depois toureio em Vilanova de Milfontes, Tavira, Paio Pires, e tenho outras corridas que estão ainda em fase de negociação, esperando fazer uma média de 20 a 25 corridas.

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